"Por que não te calas?"

Circula na internet a notícia que o candidato que perdeu as últimas eleições no 2º turno aqui no Brasil para a presidência da República em um seminário no sul da França sobre as relações entre américa latina e a união européia que aconteceu na primeira semana deste mês enquanto derramava críticas (e acusações) ao atual governo foi interrompido com um sonoro "¿Por qué no te callas?" vindo de um outro participante. A frase causou um alvoroço na sala.

Eu trouxe essa situação só pra abordar essa necessidade de falar que nós temos. O problema é que podemos até começar com algum argumento coerente, mas se a prudência e o cuidado não estiverem presentes terminamos por falar o que não tem procedência alguma.

As pessoas tem uma necessidade enorme de emitir suas opiniões e quando se empolgam começam a falar sem nenhuma triagem o que a levam a falar do que não sabem e do que acham que sabem. Fazem passar pela peneira do sentimento o que querem falar, então se estão com raiva falam através da raiva, se estão com inveja falam através da inveja, se sentem-se injustiçadas falam através da injustiça.

Porque falar quando se está um poço de emoções ? E o pior que agora me acharam um novo significado para isso, é a chamada SINCERIDADE. Em nome da sinceridade se fala o que quer. " Eu sou sincera falo logo sem rodeios" será que isso é realmente sinceridade ? Ou é uma coisinha muito ruim que está lá naquele lugarzinho no coração e que simplesmente foi extravasado ?

Que constrangedor ouvir um "por que não te calas ?", mas é o que muita gente merece ouvir de vez em quando. Pra quê falar do que não se sabe ?

Suas amigas, seus filhos, seu namorado(a), seus colegas de trabalho, seus pais etc etc etc não precisam disso. Tenha cuidado com suas opiniões, com seu parecer sobre as coisas.

Tem uma frase que é o meu argumento toda a vez em que a situação quer que eu fale e eu simplesmente me calo "Prefiro me calar e deixar que as pessoas pensem que sou uma idiota do que falar e acabar com a dúvida." (Gueca)

Em Cristo,

Núbia Onara