As delícias {e as lutas} de ser uma cristã solteira neste mundo

14 julho 2010


Dani e eu tínhamos tudo para não sermos as amigas que somos hoje uma pra outra. Eu estava com meus 23 anos e ela com 17. Passei a ter contato com ela por conta de uma amiga em comum (Malu). Tanto que mesmo depois de um tempinho, quando essa nossa amiga me perguntava por ela eu ainda falava "quem é Dani ?" porque não a reconhecia por nome, pensem ?!

Logo depois passamos a trabalhar juntas no Departamento Infantil da nossa Igreja. E eu a observava. Também não tinha como não observar, eu era nova e ela já tinha anos lá no departamento e eu ficava intrigada o tanto de reclamação que ela levava e eu pensava "poxa, ela não aprende nunca ?"

E pra completar o conjunto de motivos para não sermos as boas amigas de hoje, certo dia ela comentou com terceiros algo sobre mim que não era pra ser comentado. E isso foi quando estávamos engatando um convívio legal entre amigas. Pronto. E agora ? Foi aí que eu comecei meu curso intensivo de como perdoar e cuidar.

Na época tudo o que eu lia falava de uma forma ou de outra ao meu coração de como eu deveria agir com ela. E o ingrediente principal foi PACIÊNCIA. Eu precisava ouví-la e muitas vezes era difícil ela se abrir, as conversas eram quase tiradas à forceps rsrsrs, mas a medida que conversávamos, nos conhecíamos mais e eu compreendia mais o porquê de tantos problemas. Muitas vezes eu fazia o que não tinha vontade de fazer para tratá-la bem e depois de um tempo ela me contou que era a forma como eu a tratava que a fez mudar em relação a ela e aos outros, porque ela sabia que eu não queria, mas fazia e que muitas vezes ela não merecia aquele tratamento e aquilo doía mais do que se eu tivesse dito uma porção de desaforos pelo fora que ela deu comigo e a partir dali ela começou a pensar que se estava tendo a chance de ter uma amizade de Deus ela aproveitaria.

E eu me surpreendi. Ela começou a amadurecer em todos os aspectos. Ela valorizava tudo o quanto eu fazia. Quem a conhecia de longa data percebia o quanto ela tinha mudado desde que começou a andar conosco (eu, Malu, Nice e Mari ). Eu me sentia importante quando ela buscava um conselho meu, uma opinião ... Virávamos noite aqui em casa fazendo as decorações para o departamento infantil. Dividíamos escala de aulas para as crianças nos domingos. Fazíamos propósitos de oração juntas. Nossas idéias parecem estar conectadas. Tanto que hoje trabalhamos juntas com os pré-adolescentes. A desconfiança deu lugar a cumplicidade.

E eu não tinha idéia do valor que eu tinha pra ela, quando no domingo após o dia do amigo em 2007, durante a aula de Obreiros da nossa Igreja, enquanto o nosso pastor fazia a chamada ela me entregou um bilhetinho que em um dos trechos tinha escrito " Deus usou você para me devolver a vontade de vencer". Eu pensei na hora "caramba! Eu não imaginava que todas às vezes que Deus falava ao meu coração para não agir como a situação pedia, mas como eu gostaria de ser tratada e da maneira como Ele me trata, era por essa razão ?!"

A gente não imagina o bem que podemos fazer (e que podemos deixar de fazer também). Não pense que não discutimos de vez em quando. Já choramos muito juntas, mas ficamos mais unidas depois que isso acontece. Não temos medo de falar a verdade pra não perder a amizade, não! Não temos vergonha de pedir oração uma pra outra porque estamos nos sentindo fracas, também não. São seis anos de amizade. E que Deus nos conceda muito mais até o dia em que O louvaremos nos céus.

Ela diz que sou sua mãezona na fé. Ela é a minha amiga-filhota.

Te amo Dani.

Tem mais preciosidades ...

Em Cristo,

Núbia Onara



Imagem: Dani é a de roupa preta.
by Núbia Onara 13:23 1 comment | in , ,

Um comentário:

  1. Que história de amizade bonita.

    Gosto muito de fazer amigos e tenho facilidade pra isso. Faz bem compartilharmos momentos com outras pessoas.

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